quarta-feira, 18 de abril de 2012

Centro Das Artes Casa Das Mudas

O Centro Das Artes Casa Das Mudas, na Calheta, ergue-se numa falésia em queda sobre o mar. O projecto da autoria do arquitecto Paulo David tem como uma das suas características mais marcadas um sentido de criação de território, de fundação do lugar.
O edifício vive, ele próprio, de uma certa abstração entre a arquitectura e a topografia. Como uma celebração telúrica, ergue-se por uma geometrização de volumes cuja textura basáltica ajuda a fundir-se na paisagem. Como se escavado na própria rocha, o Centro faz sentir o fim da terra sobre o vasto mar.


A arquitectura que se formaliza nesta Casa Das Mudas despe-se de artificialismos icónicos com a ousadia de quem quer ser também um criador de montanhas. Parece seguir as palavras de Gonçalo Byrne, com quem colaborou Paulo David, para pisar leve mas pisar de facto. Assim se cavam naqueles volumes percursos, rampas, pátios. A grande plataforma desenha-se ancorada na rocha e desce ao seu interior onde se descobrem salas rasgadas de luz e se abrem grandes vãos que perspectivam as vistas que se projectam para lá do promontório.


Os percursos são acompanhados de detalhes cuidadosos de iluminação, natural e artificial, dramatizando o contraste luminoso dos paramentos brancos e da textura da madeira. O desenho da luz acaba por resultar como uma assinatura interna do edifício, culminando nesse momento maior de que faz corpo o auditório, uma daquelas fusões perfeitas entre intenção e execução técnica.
Fonte:
Foto 1:
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